Valter Hugo Mãe
(Angola, 1971)
tóquio, maio de 2015


caríssimo professor eduardo lourenço,

estou por duas semanas no japão, onde me chegaram as notícias da sua conversa com o manuel alberto valente, um amigo comum. alegra-me muito saber que mantém a intenção de escrever o breve prefácio para a nova edição de “a desumanização”, coisa que muito me honraria.
compreendo que poderá ser essencial apresentar-lhe uma data e, tendo falado com a porto editora, ficamos certos de que precisaríamos do texto no final de junho. espero que não seja demasiado cedo para si. pedirei ao manuel alberto o favor de, atempadamente, lhe voltar a colocar o assunto.
entretanto, deixo-lhe sempre o maior dos abraço e a admiração do

v.h. mãe


Valter Hugo Mãe nasceu na cidade angolana de Henrique de Carvalho (actual Saurimo), tendo passado parte da infância em Paços de Ferreira. Licenciou-se em Direito e fez uma pós-graduação em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Em 1999 foi co-fundador da Quasi Edições onde publicou obras de António Botto e Daniel Faria, entre muitos outros. Co-dirigiu a revista Apeadeiro e, em 2006, fundou a editora Objecto Cardíaco. Em 2007 recebeu o Prémio Literário José Saramago com o romance o remorso de baltazar serapião. Para além da escrita tem-se dedicado ao desenho e à música. Desde o fim de 2012 apresenta um programa de entrevistas no Porto Canal.
Um dos mais destacados autores portugueses da actualidade, a sua obra está traduzida em várias línguas, merecendo acolhimento em países como o Brasil, Alemanha, Espanha, França e Croácia. Publicou sete romances: Homens imprudentemente poéticos; A desumanização; O filho de mil homens; a máquina de fazer espanhóis (Grande Prémio Portugal Telecom Melhor Livro do Ano e Prémio Portugal Telecom Melhor Romance do Ano); o apocalipse dos trabalhadores; o remorso de baltazar serapião (Prémio Literário José Saramago) e o nosso reino. A sua poesia encontra-se reunida no volume publicação da mortalidade.